Os riscos de longa estiagem e queda na quantidade de chuvas, levou especialistas a alertarem para os riscos de desabastecimento de água no Sistema Cantareira, que é formado por um conjunto de seis represas. O cenário, segundo eles, remete à crise hídrica de 2014.
Segundo números divulgados pela Sabesp, responsável pelo fornecimento de água a mais de 7,1 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo e algumas cidades do interior do Estado, a chuva entre abril e julho último ficou 41% abaixo da média para o período. O mês de junho foi o que menos registrou índice pluviométrico, com apenas 1,4% da média esperada.
Armazenamento – De acordo com o site da Sabesp, que diariamente divulga os níveis dos sistemas, o Cantareira registrava ontem 60% de sua capacidade de armazenamento.
Se hoje esse volume de água não é crítico, e está dentro daquilo que a ANA (Agência Nacional de Águas) considera normal, ou seja, igual ou maior a 60%, os especialistas afirmam que as projeções para os próximos meses não são animadoras, pois as áreas atendidas pelo Sistema Cantareira deverão enfrentar um período com temperaturas acima da média e redução nas chuvas, o que leva a um maior consumo de água por parte da população.
Embora não tenha se manifestado oficialmente, o Governo do Estado demonstra certa preocupação com a estiagem, o que enseja atenção e medidas preventivas para evitar uma possível crise hídrica.
Neste momento campanhas de conscientização sobre economia de água, incentivo ao uso de tecnologias para reuso da água e manutenção e modernização das infraestruturas de abastecimento, são ações recomendadas.
Níveis – A captação de água do Sistema Cantareira é condicionada ao nível de armazenamento de água do manancial observada no último dia de cada mês. Foram criadas cinco faixas, definidas por uma resolução conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em 2017, e que devem ser seguidas pela Sabesp: normal, quando o nível do reservatório é igual ou maior que 60%; atenção, quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%; alerta, quando está maior que 30% e menor que 40%; restrição, quando é maior que 20% e menor que 30%; e especial, quando o volume acumulado é menor que 20%. Essas faixas orientam os limites de retirada de água do sistema.