Wagner Azevedo
Brigar pelos primeiros lugares na classificação, jogando em casa, parece não ser o propósito do Bragantino. Na noite desta segunda-feira (14), no Nabizão, o terceiro empate seguido em casa (1 x 1), desta vez diante do Vasco, um time que não vai além do conceito ‘meia boca’, daí a permanência na zona de rebaixamento durante todo o primeiro turno.
A partida teve um personagem de destaque, porém negativo, o técnico Pedro Caixinha. Escalou mal, mexeu tardiamente, mas seu erro maior foi escalar o lateral Aderlan e jogá-lo na ‘arena aos leões’, depois de ser responsabilizado pela torcida pela desclassificação do time na Copa Sul-Americana. Exagero de torcedor, mas que não foi esquecido.
Por infelicidade, o gol do Vasco, que abriu o marcador no Nabizão, foi novamente em pênalti cometido por Aderlan. E o que se viu depois disso foi um espetáculo deprimente, com a torcida vaiando o jogador a cada intervenção, mas a crueldade de Caixinha foi além, manteve o jogador até o meio da etapa final, num exercício de masoquismo incompreensível.
Jogador que mais vestiu a camisa na história do clube, Aderlan não merecia ser exposto pelo técnico.
O jogo – Tecnicamente foi um espetáculo ruim nos dois tempos. Os gols saíram no primeiro tempo, através de Vegetti, de pênalti, cujo lance teve a intervenção do VAR, aos 31’, para o time carioca, e Gustavinho, aos 45’+7’, em linda conclusão, empatando a partida.
Muitos erros de passe, muitas ligações diretas entre defesa e ataque e raras jogadas de criação que resultassem em gol. O Bragantino tinha um atacante imóvel, verdadeiro poste (Thiago Borbas), que praticamente não tocou na bola e pouco ajudava na recomposição defensiva. O time viveu dos bons momentos individuais de Léo Ortiz, Juninho Capixaba (o melhor da partida) e Lucas Evangelista.
Na etapa complementar o Vasco voltou com o propósito único de não perder. Deu apenas um chute a gol, enquanto o Bragantino concluiu onze vezes, oito delas longe da meta do goleiro Léo Jardim.
As alterações feitas por Caixinha, tardiamente, mostraram um Bruninho despreparado, individualista e com erros primários, um Luan Cândido lento defensiva e ofensivamente, e um Matheus Gonçalves que merecia a titularidade, tamanha a sua compreensão de tempo e espaço. Bruninho e Thiago Borbas tiveram oportunidade de marcar, mas concluíram pessimamente.
Empate justo, mas amargo para um time que tem perdido pontos em casa seguidamente e uma noite a esquecer para o técnico Pedro Caixinha.
O Bragantino volta a campo no domingo (20), às 16 horas, na Arena Fonte Nova, para encarar o Bahia. A notícia ruim é que o melhor jogador do time, Juninho Capixaba, está fora, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
ATUAÇÕES
Cleiton: Seguro, fez o simples e cobrou os zagueiros pelos erros. Nota 6,0
Aderlan: Não fez uma partida ruim e deu azar no lance do pênalti. Foi maldosamente escalado depois da desclassificação da Sul-Americana. Nota 5,0.
Luan Patrick: Quando jogo o ‘arroz com feijão’, vai bem e desta vez não comprometeu. Nota 6,0.
Léo Ortiz: Segue como o comandante do time, seguro e bem nas coberturas. Nota 6,5.
Juninho Capixaba: O melhor do time, ataca e defende com a mesma eficiência e intensidade. Nota 7,5.
Jadsom Silva: Um bom primeiro tempo, bem na destruição de jogadas e buscou apoiar o ataque. Nota 6,5.
Gustavinho: Correu bastante, tentou criar e foi premiado com a marcação do gol. Nota 6,5.
Lucas Evangelista: Ao lado de Capixaba comanda o time ofensivamente. Criou bastante, mas os atacantes erraram muito. Nota 7,0.
Luan Cândido: Lento, pouco participativo, não ajudou a defender e nem atacar. Nota 5,5.
Thiago Borbas: Um peso morto. Um poste. No segundo tempo teve duas oportunidades de marcar e errou ambas. Nota 5,5.
Sorriso: Boa movimentação, pela direita e pela esquerda, mas dos 12 cruzamentos que efetuou para a área vascaína, errou nove. Nota 6,5.
Andres Hurtado: Entrou quando o time já mostrava sinais de cansaço e pouco conseguiu fazer. Nota 5,5.
Bruninho: Desde que chegou ao profissional, fez três excelentes partidas. Imaginou-se uma nova jóia. Mas tem feito apresentações ruins. Sua individualidade, em muitos momentos do jogo, atrapalha. Nota 5,5.
Matheus Gonçalves: É rápido, insinuante, tem boa visão de jogo e merece a titularidade. Criou boas jogadas. Nota 6,5.
Alerrandro: Entrou no lugar de Borbas, mas pouco conseguiu fazer. Nota 5,5.
BRAGANTINO 1 x 1 VASCO
Campeonato Brasileiro Série A – 19ª Rodada
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 14 de agosto de 2023 (segunda-feira, 21 horas)
Árbitro: Anderson Daronco (RS-Fifa) – Assistentes: Maurício Coelho Silva Penna (RS) e Maira Mastella Moreira (RS) – Árbitro de vídeo: Emerdson de Almeida Ferreira (MG)
Público: 5.553 pagantes – Renda: R$ 231.940,00
Cartões amarelos: Aderlan, Juninho Capixaba e Alerrandro (Bragantino) e Léo Jardim, Marlon Gomes, Medel, Orellano e Zé Gabriel (Vasco)
Gols: Vegetti (p) aos 31’ (Vasco) e Gustavinho aos 45’ + 7’ (Bragantino)
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan (Andrés Hurtado), Léo Ortiz, Luan Patrick e Juninho Capixaba; Jadsom Silva, Lucas Evangelista, Gustavinho (Bruninho) e Luan Cândido (Matheus Gonçalves); Thiago Borbas (Alerrandro) e Sorriso. Técnico: Pedro Caixinha.
VASCO: Léo Jardim, Robson Bambu (Puma Rodriguez), Medel (Capasso), Léo Pelé e Lucas Piton (Galarza); Zé Gabriel, Marlon Gomes (Jair) e Paulinho; Orellano (Figueiredo), Gabriel Pec e Vegetti. Técnico: Ramón Diaz.