Na manhã de domingo (16), Antonio Martiningo, de 77 anos, morreu após ser atropelado e arrastado por cerca de 150 metros por um ônibus da empresa JTP Transportes, que é responsável pelo transporte coletivo da cidade. O atropelamento aconteceu no cruzamento da rua João Franco com a rua Inverno, no bairro do Cruzeiro. O motorista da empresa, identificado como Francisco de Assis Da Silva Santos, de 63 anos, se apresentou espontaneamente no Plantão Central da Polícia Civil no final da tarde, quase 12 horas após o acidente, e acompanhado de seu advogado relatou que não notou o atropelamento e que chegou a parar o ônibus para verificar um barulho que ouviu, mas não viu nada de “anormal”, seguindo seu percurso. Ele prestou depoimento e como não estava em estado de flagrante delito, foi ouvido e liberado. O caso agora está a cargo da Central de Polícia Judiciária – CPJ, sob a batuta da experiente delegada Dra. Nágya Cássia de Andrade e sua equipe de tiras chefiada pelo investigador Ademar Costa Junior.
O acidente – Conforme relatos no Boletim de Ocorrência, por volta das 6h da manhã, o idoso iria a uma excursão, porém retornou para sua casa para ir ao banheiro e no percurso foi atropelado pelo coletivo. Segundo apurado, Antônio foi atingido no cruzamento da rua Inverno com a rua João Franco. Ele foi arrastado pelo veículo por cerca de 150 metros do local do acidente, até o cruzamento com a rua Ângela Maria Franco Rodrigues. Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o micro-ônibus passa, aparentemente em alta velocidade pela rua Inverno, no cruzamento com a rua Ângela Maria Franco Rodrigues, e o corpo da vítima ficando no solo.
Segundo Policiais Militares, que compareceram no Plantão por volta das 10h30, eles foram até a garagem da empresa JTP Transportes, na Hípica Jaguari, onde apuraram que o motorista retornou a garagem e deixou o local correndo, dizendo que estava passando mal, deixando o veículo no local. A equipe então foi até a casa do motorista, mas não o encontraram. Os PMs, ainda apresentaram fotos do acidente e que foram anexadas ao processo.
A versão do motorista – Em seu relato, o Francisco alega que entrou no trabalho às 5h e iniciou o percurso da linha 125-Iguatemi x Águas Claras, com o micro-ônibus de prefixo 03.077, às 5h14. Ele relatou que havia uma passageira a bordo do coletivo na hora do acidente. Segundo ele, por volt das 5h45, ele seguia pela rua João Franco e ao fazer a curva a direita para entrar na rua Inverno ouviu um barulho no veículo. Ele disse que comentou com a passageira sobre o barulho e que estava receoso de ser a roda do coletivo. Francisco ainda disse que que andou por cerca de 30 metros e parou o veículo, mas não viu nada de errado com o coletivo e seguiu viagem. Ele disse que mais tarde, passou novamente pelo local do acidente e notou algumas ambulâncias e se preocupou, pois havia passado por ali alguns minutos antes, porém não achava que havia atropelado uma pessoa.
Ele continuou a jornada de trabalho e por volta das 7h40, passou mal e parou o veículo na Rodovia Capitão Bardoíno, ligando para a empresa JTP, pedindo a rendição pois estava passando mal e não conseguiria continuar na rota. A solicitação foi atendida, porém, não houve rendição e a linha foi retirada da rua. Ao chegar na garagem, ele verificou o coletivo novamente e disse não ter visto manchas de sangue e amassados.
O motorista relatou que ao chegar na sua casa, foi a feira do Parque Brasil com sua esposa, quando soube do acidente e notou que o prefixo 03.077, era do carro que ele dirigia. Acompanhado de um advogado, Francisco se apresentou no Plantão Central da Polícia Civil, onde foi ouvido e liberado.
Prefeitura se manifesta – Em nota a Prefeitura Municipal disse que: “se solidariza com os familiares do idoso vítima de um acidente envolvendo um micro-ônibus da empresa JTP na manhã deste domingo (16/07), no bairro Cruzeiro. Informamos que a Administração Municipal está acompanhando o ocorrido e cobrando as providências cabíveis da empresa responsável”.