Depois da derrota vergonhosa para o Ypiranga-RS, que valeu a desclassificação da Copa do Brasil, o Bragantino conseguiu ir além, perdeu para o Água Santa na noite de segunda-feira (20), em partida válida pela semifinal do Campeonato Paulista, depois de nova lambança do goleiro Cleiton, responsável por inúmeras derrotas do time.
Já na escalação o técnico Pedro Caixinha errou, ao não escalar nenhum volante de contenção. Isso o levou a fazer, ainda no primeiro tempo, a primeira substituição e tentar reduzir as ações predominantes do Água Santa. O gol do Braga saiu logo aos 8 minutos, em jogada de Andres Hurtado, que recebeu de Gustavinho e cruzou para a pequena área onde estava Alerrandro, de letra, desviar a trajetória da bola que ainda bateu na trave e nas costas do goleiro Ygor Vinhas antes de entrar.
A partir desse gol o time de Bragança foi engolido taticamente pelo adversário, que soube aproveitar o buraco no meio-campo do time de Caixinha e buscar o empate, que quase saiu aos 11 minutos, em pixotada de Natan, salvo pelo companheiro Juninho Capixaba, ao travar a conclusão de Bruno Tocantins. As poucas e melhores oportunidades ofensivas foram do Netuno de Diadema.
Etapa final – Quando se imaginava um Bragantino dono das ações, podendo compactar seus setores e jogar em contra-ataque, surgiu a figura do goleiro Cleiton a enterrar o sonho da torcida de chegar a mais uma decisão do Paulista. Irresponsabilidade, infantilidade, jogada de goleiro de várzea, são alguns adjetivos para ilustrar a jogada bisonha do goleiro que, podendo chutar a bola pela lateral, driblou um adversário e entregou-a de bandeja para Lucas Tocantins, que empatou logo aos 5 minutos.
Foi um banho de água fria nos companheiros, que sentiram o golpe. E uma nova oportunidade caiu dos céus para o Bragantino aos 20 minutos, quando o zagueiro Rodrigo Sam, do Água Santa, foi expulso depois de agredir Artur, deixando o Massa Bruta com um jogador a mais em campo.
Essa vantagem, no entanto, durou pouco, porque o meia Matheus Fernandes, aos 28 minutos, talvez com um excessivo espírito de fair play, ao notar o adversário com menos um, acabou expulso e devolveu o equilíbrio ao jogo. Os últimos 25 minutos foram de um futebol ruim, chutões, festival de passes errados e um outro lance absurdo: Artur cobrou três escanteios em sequência, e não acertou nenhum. A decisão foi para os pênaltis e a cereja do bolo que faltava ao Água Santa veio com duas cobranças que não resultaram em gol, de Juninho Capixaba (na trave) e Sorriso (que atrasou a bola para o goleiro).
Fim de jogo, vitória da equipe que demonstrou ter maior equilíbrio emocional e soube fazer disso um diferencial para chegar à disputa do título.
As declarações do técnico Pedro Caixinha ao término da partida foram preocupantes. Disse que apoiava o goleiro Cleiton e que o time precisa mudar a mentalidade dentro de campo. O que o Bragantino precisa é fazer zarpar uma barca com quase uma dezena de jogadores ruins e dar qualidade ao elenco. Em duas competições, em menos de três meses, o time repetiu a performance desastrosa do ano passado, ou seja, eliminado logo de cara.
ATUAÇÕES
Cleiton: Erra muito, alterna boas defesas com jogadas medíocres. Não passa confiança. Nota 3,5.
Andres Hurtado: Muito bem ofensivamente e mais uma assistência que resultou em gol. Foi substituído ainda no intervalo. Nota 6,5.
Lucas Cunha: Abaixo do futebol que costuma apresentar, não comprometeu nos gols sofridos. Nota 6,0.
Natan: Falha em demasia. Foi salvo duas vezes pelo senso de cobertura de Juninho Capixaba. Erra sempre ao sair jogando. Nota 4,5.
Juninho Capixaba: Vai sucumbir com sua qualidade a esse elenco fraco. Excelente nas coberturas e nas movimentações ofensivas. Nota 7,0.
Matheus Fernandes: Distante do bom futebol dos últimos jogos. Errou muitos passes, pouco efetivo defensivamente e ainda arrumou tempo para ser expulso. Nota 4,5.
Gustavinho: Participou da jogada do gol de Alerrandro, mas não tem cacoete de volante, o que comprometeu o meio-campo. Nota 5,5.
Eric Ramires: Começou até bem, nos primeiros 30 minutos, mas naufragou na fragilidade ofensiva do time. Nota 5,5.
Artur: Continua longe do jogador decisivo de outros tempos. Sua movimentação não resulta em ações agudas para o time. Conseguiu a proeza de cobrar três escanteios em sequência e errou todos. Nota 5,0.
Alerrandro: É letal dentro da área e fez um golaço. Mas dificilmente consegue jogadas de seus companheiros para que possa finalizar a gol. Nota 7,0.
Bruninho: Durante o final de semana deu entrevistas a sites importantes, a programas de TV e se esqueceu de jogar bola. Péssima atuação. Nota 4,5.
Substitutos: Aderlan, Jadsom Silva, Praxedes, Sorriso e Thiago Borbas entraram na etapa final e pouco acrescentaram. Sem nota.
Pedro Caixinha: Errou logo de cara, na escalação, na estratégia quando tinha a partida na mão e ao dar apoio ao goleiro Cleiton. Mesmo comportamento observado nas partidas anteriores que Cleiton também falhou bisonhamente. Nota 4,0.
ÁGUA SANTA 1 (4) x 1 (2) BRAGANTINO
Campeonato Paulista Série A1 – Semifinal
Local: Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro), Santos
Data: 20 de março de 2023 (segunda-feira, 21 horas)
Árbitro: Raphael Claus – Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Neuza Inês Back – Árbitra de vídeo: Daiane Muniz dos Santos
Público: 11.507 pagantes – Renda: R$ 373.290.00
Cartões amarelos: Tiaguinho, Igor Henrique e Patrick Brey (Água Santa) e Lucas Cunha, Praxedes e Artur (Bragantino)
Cartões vermelhos: Rodrigo Sam (Água Santa) e Matheus Fernandes (Bragantino)
Gols: Alerrandro aos 8’ (Bragantino) e Lucas Tocantins aos 50’ (Água Santa)
Pênaltis: Luan Dias, Cristiano, Reginaldo e Junior Todinho (Água Santa) e Praxedes e Thiago Borbas (Bragantino)
ÁGUA SANTA: Ygor Vinhas; Reginaldo, Didi, Rodrigo Sam e Gabriel Inocêncio;Thiaguinho (Júnior Todinho), Igor Henrique (Marcondes) e Luan Dias; Lucas Tocantins (Ronald), Bruno Mezenga e Bruno Xavier (Cristiano). Técnico: Thiago Carpini.
BRAGANTINO: Cleiton; Andrés Hurtado (Aderlan), Lucas Cunha, Natan e Juninho Capixaba; Matheus Fernandes, Gustavinho (Jadsom Silva) e Eric Ramires (Praxedes); Bruninho (Sorriso), Alerrandro (Thiago Borbas) e Artur.
Técnico: Pedro Caixinha.