A frota de veículos em muitas cidades brasileiras tem crescido mais que as taxas populacionais. Isso tem gerado uma série de problemas para a mobilidade urbana, que levam as prefeituras a uma luta insana para encontrar saídas que possam resolver os problemas criados pelo número cada vez maior de veículos automotores.
Levantamento feito pela reportagem da GB mostra que se a frota de Bragança mantiver o ritmo observado nos últimos três anos, vai elevar para mais de 152 mil o total de veículos em circulação.
A GB utilizou dados da quantidade de emplacamentos registrados no site da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito).
Nos últimos três anos o crescimento médio foi de 3,2%, e no final do ano passado a frota somava 143.610 unidades. Ou seja, nos próximos dois anos (2023 e 2024) Bragança verá aumentado em quase 10 mil o total de veículos (152.942).
Nesse contexto, também foi expressivo o número de motocicletas, que ultrapassou os 30 mil emplacamentos no ano passado.
Mobilidade – Em Bragança, não só a frota agrava os problemas em sua complicada mobilidade urbana. O fluxo dos finais de semana de visitantes e turistas (inclusive e principalmente os que buscam o Circuito das Águas utilizando a cidade como rota), ampliam ainda mais o número de carros e motocicletas pelas ruas.
Todos esses ingredientes são um indicativo de que o município vai continuar com problemas no trânsito e que a frota é o principal deles.
Evitar que o fluxo de veículos entre em colapso é uma equação que exige desde já solução por parte das autoridades. Congestionamentos e lentidão no escoamento do tráfego são constantes, e dependendo da região da cidade, até mesmo fora dos horários de pico. Há necessidade de se encontrar meios para oferecer novas alternativas de deslocamento, o que leva à necessidade de ampliação do sistema viário.
Além de melhorar a fluidez, é importante incentivar o transporte coletivo e modais não motorizados, como ciclovias. Especialistas afirmam que quanto mais veículo numa rua ou avenida, maior a probabilidade de atrasos e desconfortos.
Também afirmam que o crescimento da frota reflete positivamente no desenvolvimento da cidade, se olhado apenas do ponto de vista econômico.
O transporte individual motorizado representa 41% dos deslocamentos diários, o coletivo (ônibus) responde por 26% enquanto outros 33% andam a pé ou outro meio de transporte não motorizado.
Proporcionalidade – Os dados prévios divulgados em dezembro do ano passado pelo IBGE, do Censo Demográfico, mostraram que o crescimento populacional de Bragança foi de 5,1%. O resultado, pela primeira vez, foi maior que o verificado em relação à frota de veículos nos últimos dez anos.
Mesmo assim, a proporcionalidade se mantém em 1,2 veículo por habitante. A considerar que a frota total inclui, além de carros, outras unidades automotoras como motocicletas, caminhões, ônibus, caminhonetes e utilitários.