O espetáculo televisivo é um repetir de imagens e entrevistas já vistos em outras oportunidades. Filas imensas, nas portas de postos de saúde, também. Em meio a dezenas de cidades submersas por alagamentos e enchentes, problemas que nunca são resolvidos, agora a gripe deu o ar da graça, pegando a população de jeito. Bom lembrar que ‘pegou’, porque a maioria das pessoas foi irresponsável, ignorante e preguiçosa.
A Campanha de vacinação contra a gripe, prorrogada inúmeras vezes no ano passado, não foi levada a sério pela população e o resultado final da imunização foi pífio. A conta chegou agora, de braços dados com a Covid. Até mesmo o número de idosos, que sempre se destacou pela presença maciça para se vacinar, em 2021 preferiu ficar em casa.
O brasileiro, via de regra, é folgado, permissivo, acredita que tudo aquilo de ruim que possa acontecer ao ser humano vai alcançar apenas os seus vizinhos. Nunca ele. E o mesmo ocorre em relação à Covid, cujo total de imunizados ainda está longe do ideal, que seria 100%, passados doze meses do início da vacinação.
Não é cabível nenhum argumento para não proteger a vida através da vacina. A gripe também mata, e quando não, acarreta problemas deletérios.
O que advém desse quadro, é a televisão explorando os incautos, que nas filas nos postos de saúde reclamam da demora no atendimento, das condições ruins oferecidas pelo sistema, num cenário que beira o ridículo. Tem gente que chora, que fica indignada, que se faz de coitada.
Nem mesmo o período mais cruel da Covid parece ter ensinado alguma coisa a milhões de brasileiros, que levam tudo na base da galhofa. Vai morrer muita gente de gripe, que não se duvide disso.
Enquanto nossas autoridades fingem preocupação, fazem discursos e aparições mirabolantes, o País segue com os piores resultados em saúde, educação e saneamento básico, áreas que poderiam minimizar problemas mais prementes.
Mas cabe frisar, com todas as letras: irresponsabilidade, ignorância e preguiça também tem limite.
E aproveitando o repetir anual de enchentes e alagamentos, é bom lembrar do que diziam nossos avós: “água mole em pedra dura, tanto baté até que fura”.