Campeão com uma rodada de antecipação, o Atlético Mineiro derrotou o Bragantino no domingo (5), em partida de sete gols e duas viradas. Ao apito final do árbitro o Galo venceu por 4 x 3 e fez a alegria de mais de 61 mil torcedores que lotaram o Mineirão. Registrou o recorde de 16 vitórias em seus domínios e, de quebra, comemorou com a torcida o fim do jejum de 50 anos sem levantar o principal título do futebol brasileiro.
O jogo foi muito movimentado na etapa inicial. O Galo começou melhor e abriu o placar aos 19′. Keno roubou a bola no campo de defesa, deixou Aderlan a quilômetros de distância, arrancou, viu o zagueiro Fabrício Bruno não dar combate, apenas ser encurralado em sua defensiva e finalizou colocado, no cantinho, sem chances para Cleiton, para delírio dos atleticanos.
O Bragantino tinha dificuldades não só na criação de jogadas ofensivas, como fez uma das piores apresentações com a zaga e os dois volantes. Ainda assim, arriscou algumas jogadas individuais, como na cobrança de falta de Luan Cândido, que acertou a trave, aos 37′. Um minuto depois, em bela jogada entre Cuello e Artur, este bateu forte, o goleiro Everson rebateu e Ytalo empurrou para as redes e deixou tudo igual.
Etapa final – O Galo voltou para o segundo tempo com Allan e Savarino nos lugares de Jair e Nathan. Mas foi o Bragantino quem chegou ao segundo gol. Após cobrança de escanteio, Arthur apareceu livre na segunda trave e finalizou de primeira, sem chances para Everson: 2 a 1.
A virada no placar, no entanto, não durou muito. Novamente Keno, aos 52′, em arrancada pela esquerda, se livrou de Aderlan e de Fabrício Bruno e tocou para Zaracho, livre, mandar para as redes. Àquela altura a defensiva do Massa Bruta batia cabeça e a criação de jogadas do Galo, na intermediária defensiva do time de Barbieri, era feita sem nenhum tipo de marcação por parte dos volantes Jadsom Silva e Emiliano Martínez. O campeão brasileiro continuou a comandar as ações e aos 33′ virou o placar novamente em jogada pela esquerda: Hulk deu um toque de letra para Zaracho, que dominou e cruzou, achando Savarino na marca do pênalti, que cabeceou sem chances para Cleiton.
O Bragantino ainda tentou uma reação, porém não conseguia articular bem as jogadas pelo excessivo número de passes errados. E foi num desses erros que a zaga cortou, Savarino tocou para Hulk que deixou Natan a ver navios e na saída de Cleiton tocou por cavadinha para ampliar a vantagem para 4 x 2.
Na base do desespero, o Bragantino ainda chegou duas vezes com perigo. Na primeira, em chute de Alerrandro, que obrigou o goleiro Everson a fazer grande defesa. E aos 99′, com Bruno Tubarão, que retornou aos gramados depois de 9 meses, recebeu na entrada da área, deu um corte no zagueiro e chutou, o goleiro Everson rebateu e novamente Artur aproveitou para mandar às redes e dar números finais ao placar.
A nota curiosa do jogo foi a substituição do assistente Sidmar dos Santos Meurer, que se contundiu, pelo árbitro assistente do VAR, Oberto da Silva Santos.
Quinta-feira – Ainda brigando por uma vaga na Copa Libertadores (direto na fase de grupos ou na fase inicial), o Bragantino recebe no Nabizão, quinta-feira (9) às 21h30, o Internacional. Qualquer resultado que não seja a vitória pode deixar a equipe sem vaga e apenas disputar a Sul-Americana no ano que vem.
ATUAÇÕES
Cleiton: Com uma defensiva falha, confusa, atabalhoada, não poderia ter feito mais do que fez. Nota 6,0.
Aderlan: Vai demorar para esquecer Keno. Fez sua pior partida e viu três gols saírem pelo seu setor. Quando apoiava, tinha dificuldades em recompor a defesa. Nota 4,0.
Fabrício Bruno: Nem se lembrou de que era o homem de combate da zaga. No primeiro gol de Keno foi recuando, recuando até quase sair fora do estádio. Nota 4,0.
Natan: Compôs a linha de zagueiros de modo a não decepcionar seus companheiros, ou seja, não jogou nada e ainda ficou pelo caminho no quarto gol de Hulk. Nota 4,0.
Luan Cândido: Teve mais sorte que seu companheiro Aderlan, pois o Galo jogou muito pelo setor esquerdo. Ainda mandou uma bola na trave. Nota 5,0.
Jadsom Silva: Defensivamente foi um desastre. A articulação do meio-campo do Atlético aconteceu sem ser incomodada. Nota 4,5.
Emiliano Martínez: Perdido em campo e sem cacoete para ser homem de marcação. Fraquíssimo. Nota 4,0.
Cuello: No primeiro tempo ainda demonstrou espírito de luta e organizou a jogada do primeiro gol. Depois embarcou na mediocridade dos companheiros. Nota 5,5.
Artur: Fez da sua atuação individual a arma para marcar dois gols. Teve dificuldades com a falta de criação de jogadas. Nota 6,5.
Ytalo: Aproveitou o faro de artilheiro para deixar o seu. E não teve mais qualquer oportunidade. Nota 6,0.
Helinho: Fez o de sempre: cisca aqui e ali, corre, erra passes e chuta mal em gol. Nota 5,0.
Bruno Tubarão: Para quem não jogava há nove meses, fez duas boas jogadas e numa delas saiu o terceiro gol. Nota 5,5.
Praxedes: Entrou tarde, mas não teria feito qualquer diferença se entrasse mais cedo. Sem nota.
Alerrandro: Entrou aos 45′ do segundo tempo e deu um chute perigoso no final da partida. Sem nota.
Barbieri: Errou feio ao não armar um esquema para contar a ala esquerda do Atlético. Conhecendo a força de Arana e Keno, deveria compor melhor o setor, mas deixou Aderlan sozinho na marcação e deu no que deu. Três gols originados da esquerda. Ainda assim, o time cresceu de produção na etapa final. Sem banco, não poderia ter feito mais do que fez. Nota 5,0.
ATLÉTICO-MG 4 x 3 BRAGANTINO
Campeonato Brasileiro Série A – 37ª rodada
Local: Estádio Magalhães Pinto (Mineirão), Belo Horizonte (MG)
Data: 5 de dezembro de 2021 (domingo, 16 horas)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR) – Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Sidmar dos Santos Meurer (PR)
Público: 61.573 pagantes – Renda: R$ 8.818.854,25
Cartões amarelos: Hulk (Atlético-MG) e Helinho e Artur (Bragantino)
Gols: Keno aos 20′, Zaracho aos 52′, Savarino aos 78′ e Hulk aos 88′ (Atlético-MG) e Ytalo aos 39′ e Artur aos 47′ e aos 99′ (Bragantino)
ATLÉTICO-MG: Everson; Mariano, Nathan Silva (Rever), Júnior Alonso e Guilherme Arara; Jair (Allan), Tchê Tchê (Alan Franco) e Nathan (Savarino); Zaracho, Diego Costa (Hulk) e Keno. Técnico: Cuca.
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Fabrício Bruno, Natan e Luan Cândido; Jadsom Silva, Emiliano Martínez (Praxedes) e Artur; Helinho, Ytalo (Alerrandro) e Cuello (Bruno Tubarão). Técnico: Maurício Barbieri.