O volume dos reservatórios de água que integram o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento da maior parte da Região Metropolitana de São Paulo e cidades do Interior, entrou ontem em estado de alerta.
Com perda diária de 0,1% da água armazenada, o nível ontem era de 40%, considerado situação de ‘alerta’, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
Nos 31 dias de julho choveu 29,6% nas seis represas do sistema, índice abaixo da média histórica para o mês, de 45,3% e nos cinco primeiros dias de agosto, apenas 0,1%.
Dos sete sistemas que operam no Estado de São Paulo, o Cantareira é o que tem o menor percentual de armazenamento. Ontem, o volume útil era de 400,9 milhões de m³, enquanto nesse mesmo período do ano passado era de 511,4 milhões de metros cúbicos.
Represas –Também até ontem, nenhuma das represas do Cantareira (Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras) tinha registro de chuva, segundo dados diários divulgados pela Sabesp, que opera o sistema.
A redução no nível da água vem sendo notada nos últimos meses. No início de maio os reservatórios tinham volumes até 30% maiores do que os registrados hoje. Com previsão de pouca chuva para agosto e setembro, especialistas dizem que evitar desperdício é a única saída, além de ações como contenção de perdas e controle das áreas de mananciais.
Especialistas em saneamento vão mais longe, assinalam que o cenário e as tendências são de chuvas abaixo da média também em outubro e novembro, o que certamente levará a Sabesp a retirar menos volume de água das represas e, dependendo da região, racionar o fornecimento.
Sobrecarga – Mesmo todos os sistemas do Estado (total de sete) sendo interligados, que possibilita à Sabesp distribuir a água conforme a necessidade, alguns dos reservatórios correm risco de ser sobrecarregados diante dos baixos volumes dos mananciais principais: Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê.
O perigo de desabastecimento será de menor impacto na Região Metropolitana, porém mais crítico em outras regiões do Estado de São Paulo.
De acordo com os consultores, há que se tomar medidas para evitar um cenário pior. Dentre elas, esclarecer e orientar a população sobre o uso racional da água, investimentos para combater a perda de água potável e política de incentivo à conservação e proteção das áreas produtoras (mananciais).