Com uma improvável mas bem-vinda ajuda do Emelec, até então líder do grupo e favorito a conquistar a vaga na próxima fase do Sul-Americano, o Bragantino foi quem avançou ao derrotar o Tolima por 2 x 1, jogo realizado na noite desta terça-feira (25) na Venezuela.
Ao equatoriano Emelec bastava uma vitória simples em sua casa, porém foi impiedosamente goleado pelo Talleres da Argentina, que já não aspirava mais nada.
O Bragantino, que não dependia apenas de si, fez a sua parte, mesmo que às duras penas, e terminou a fase em primeiro.
A vitória do Massa Bruta, em análise realista, foi sofrida e o time realizou uma de suas piores partidas diante de um time sem mais chances e formado por uma maioria de reservas. Sem intensidade, pouco agressivo, lento nas transições na maior parte do tempo, os comandados de Maurício Barbieri conseguiram dificultar uma tarefa que se esperava fosse bem mais fácil.
Concentrando as ações ofensivas pelas laterais de campo, o Tolima inteligentemente complicou a marcação para a zaga bragantina, já que os laterais Aderlan e Edimar mostravam dificuldades no combate e principalmente no retorno para compor o setor quando avançavam.
Foi o Tolima quem criou as melhores oportunidades para abrir o marcador. A primeira aos 17’, em cruzamento da direita que encontrou Orozco entrando pela esquerda, já dentro da área, mas errou ao concluir. Aos 24’ outra grande chance, novamente pela lateral de campo e também pela esquerda, com cruzamento para o interior da área que chegou até Nieto, de frente para o gol, que concluiu mal.
O gol saiu aos 36 minutos, em lançamento longo de Narváez para o ataque, bola que chegou a Caicedo depois das falhas grotescas de Fabrício Bruno e do goleiro Cleiton. Sozinho, o atacante teve apenas o trabalho de tocar para as redes. O placar fazia justiça a quem mais atacou.
O Bragantino ‘acordou’ e chegou com perigo algumas vezes, até conseguir o empate, aos 41 minutos: Helinho tocou para Lucas Evangelista que serviu a Ytalo, já dentro da área, que bateu no canto direito de Montero, deixando tudo igual.
O Bragantino voltou um pouco melhor depois do intervalo, porém o jogo logo se mostrou equilibrado, com poucas chances de gol. Claudinho chutou três vezes de fora da área, todas longe da meta colombiana. Até então o time estava desclassificado, mesmo com o Emelec perdendo. Aos 73 minutos o volante Celis deu um entrada forte em Fabrício Bruno e como já tinha amarelo, acabou expulso, o que de certa forma ajudou o Massa Bruta.
Ainda assim, com um jogador a mais, o Bragantino encontrava dificuldades em criar boas oportunidades de gol, que só veio aos 80 minutos, em jogada de Ytalo, que tocou para Hurtado, a zaga rebateu e Lucas Evangelista mandou um petardo de fora da área, sem chances para Montero: 2 x 1 e a tão sonhada classificação próxima. Nos minutos que se seguiram, o que se viu foram chutões de ambos os lados.
A vitória foi importantíssima para as pretensões do Bragantino, mas não se pode omitir que o time vem jogando mal, criando pouco e, particularmente nesta partida, diante de um time de reservas, fez sua pior apresentação.
ATUAÇÕES
Cleiton: Um goleiro de seleção não pode falhar bisonhamente como o fez no gol do Tolima. Erro infantil, grotesco.
Aderlan: Sofreu para conter o ataque colombiano pelo seu setor, falhou em inúmeras jogadas e foi pouco ofensivo. Não vem jogando bem faz tempo.
Fabrício Bruno: A falha que cometeu no gol do Tolima também foi grotesca, assim como a do goleiro Cleiton.
Léo Ortiz: Foi decisivo ao conter as melhores jogadas do ataque adversário e fundamental nas coberturas. É competente naquilo que faz.
Edimar: Assim como Aderlan, tem falhado com constância e não tem fôlego para recompor a defesa quanto vai ao ataque.
Eric Ramírez: Figura decorativa em campo. Não realizou nada de útil e acabou substituído.
Lucas Evangelista: Sua melhor apresentação: atuante na ajuda à defesa, criativo na armação, excelente garçom no primeiro gol de empate e decisivo ao desempatar a partida, que valeu a classificação do time.
Claudinho: Buscou os espaços para armar as jogadas e insistentemente chutou de fora da área muitas vezes. Todas longe do gol.
Artur: Teve um bom início e depois sumiu. O time parou de jogar pela direita e ele foi esquecido. Nos quinze minutos finais, buscando atuar pelo meio, voltou ao jogo.
Ytalo: Boa movimentação e presença constante na área adversária. Foi premiado com o gol de empate.
Helinho: Foi bem melhor na etapa inicial e importante na construção do primeiro gol. Na etapa final caiu de produção.
Barbieri: Precisa com urgência encontrar um novo repertório para o time. O esquema é manjado e depende muito da inspiração de dois ou três jogadores. Quando isso não acontece, o time se mostra frágil, previsível. O técnico novamente se comportou muito bem, mas desta vez escalou Luan Cândido para ser ‘amarelado’ ainda no banco de reservas, ao vociferar contra a arbitragem.
DEPORTIVO TOLIMA 1 x 2 BRAGANTINO
Copa Sul-Americana
Local: Estádio Pueblo Novo, San Cristóbal (Venezuela)
Data: 25 de maio de 2021 (terça-feira, 21h30)
Árbitro: Jesus Valenzuela (Venezuela) – Assistentes: Yackson Diaz (Venezuela) e Andres Pernia (Venezuela)
Público e renda: portões fechados
Cartões amarelos: Narváez, Jeison Ângulo, Nieto e Caicedo (Tolima) e Léo Ortiz, Luan Cândido e Helinho (Bragantino)
Cartão vermelho: Celis (Tolima)
Gols: Caicedo aos 36’ (Tolima) e Ytalo aos 41’ e Lucas Evangelista aos 80’ (Bragantino)
DEPORTIVO TOLIMA: Montero; Riascos, Narváez, Anderson Angulo e Jeison Angulo; Celis, Parra, Cataño (Campaz), Nieto (Junior Hernández) e Orozco (Rios); Caicedo. Técnico: Hernán Torres.
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Léo Ortiz, Fabrício Bruno e Edimar (Luan Cândido); Eric Ramires (Hurtado), Lucas Evangelista e Claudinho; Artur, Ytalo (Cuello) e Helinho (Ricardo Ryller). Técnico: Maurício Barbieri.