A derrota para o Talleres na noite desta quarta-feira (5), em casa, não foi surpresa para quem acompanha aquilo que o Bragantino vem produzindo nos últimos jogos. Atuações fracas, repertório limitado e alguns titulares muito aquém daquilo que podem produzir.
Desde o apito inicial do árbitro o que se viu era um time intranquilo, nervoso, bem neutralizado pelos argentinos que, no esquema 4-5-1 pouco permitiu ao meio-campo do Massa Bruta e surpreendeu ao fazer transições rápidas, pelos lados do campo, que resultaram em amplo domínio das ações.
O time de Maurício Barbieri chegou poucas vezes com perigo ao gol do Talleres, se viu envolvido com facilidade e só não viu sua meta vencida pelas boas intervenções de Cleiton e do zagueiro Léo Ortiz. Pelo menos duas boas oportunidades foram desperdiçadas pelo melhor jogador em campo, o meia Valoyes.
Segundo tempo – Quando se esperava uma nova postura do Bragantino, eis que Lucas Evangelista acabou expulso logo a 1’ de jogo, que piorou o que já estava ruim. Se com 11 a equipe não se encontrava em campo, com dez a situação degringolou de vez.
Curiosamente o Talleres, mesmo com domínio absoluto, passou a ter dificuldades na criação de jogadas ofensivas, muito pela formação de duas linhas de quatro do Bragantino. Mas, como diz o ditado, ‘água mole em pedra dura…’, os argentinos acabaram chegando ao gol da vitória já nos acréscimos, em falha de Léo Ortiz. Em bola alçada pela direita do ataque, aos 47’, Valoyes subiu de cabeça no primeiro pau e desviou para as redes.
Resultado justo, pois venceu aquele que foi o melhor durante os 90 minutos. O Bragantino não jogou absolutamente nada, aqueles que poderiam decidir também estiveram em péssima noite e o destaque negativo para o técnico Maurício Barbieri, que protagonizou um verdadeiro show de horrores, com direito a palavrões impublicáveis, até ser expulso.
Difícil não estabelecer uma relação entre a instabilidade emocional do técnico com os jogadores.
Terça-feira – Em terceiro lugar na classificação, o Bragantino volta a jogar na Sul-Americana na terça-feira, novamente no Estádio Nabi Abi Chedid, quando enfrenta o líder do grupo, o Emelec. Ontem à noite o time equatoriano enfrentaria o Tolima, jogo transferido da Colômbia para o Peru.
ATUAÇÕES
Cleiton: Se mostrou atento à movimentação adversário e evitou pelo menos dois gols no primeiro tempo. Nada a fazer no gol sofrido.
Aderlan: Continua com um futebol bem abaixo do que sabe. Sofreu para conter as investidas do Talleres pelo seu setor.
Fabrício Bruno: Repetiu as atuações ruins de outros jogos. Deixou seu companheiro de zaga em apuros em várias oportunidades.
Léo Ortiz: A figura mais lúcida do setor defensivo, se viu obrigado a cobrir falhas dos laterais mas acabou falhando no gol.
Edimar: O que sabe fazer de melhor, que é ajudar nas jogadas ofensivas, não aconteceu. Teve dificuldades ao marcar Valoyes.
Jadsom Silva: Um desastre. Mal posicionado na guarnição da defesa, nulo na criação de jogadas e a impressão que está longe de ser o substituo ideal de Raul ou Ryller.
Lucas Evangelista: Novamente produziu pouco no setor de criação, faltoso ao ajudar a defesa, mas injustamente expulso.
Claudinho: Mais duas ou três partidas de um futebol coletivo medíocre, e desaprende a jogar. Começou bem mas naufragou com o restante da equipe.
Artur: No primeiro tempo o Bragantino jogou com dez e após a expulsão de Evangelista, com nove. E não há quem convença o técnico a tirá-lo da titularidade. Foi de uma ruindade absurda.
Ytalo: Sem um meio-campo que crie jogadas ofensivas, vai sempre se ver abandonado entre os zagueiros.
Cuello: Outra peça nula do time. Tenta ocupar o espaço pela esquerda, congestiona o setor pela presença de Claudinho também por ali e não é o jogador que o time precisa. Quase consegue quebrar o tabu de sair de campo sem ser ‘amarelado’. Mas recebeu o cartão.
Barbieri: Protagonista de um espetáculo dantesco. Passou 90 minutos preocupado em manter atritos com o técnico do Talleres do que com o próprio time. Por muito pouco não saiu no ‘braço’ com Medina. Não tem um plano B para o time, é incapaz de mudar o esquema de jogo que não funciona. Sua instabilidade emocional chegou até o campo de jogo.
BRAGANTINO 0 x 1 TALLERES (Argentina)
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 5 de maio de 2021 (quarta-feira, 21h30)
Árbitro: Nicolas Gamboa (Chile) – Assistentes: Claudio Rios (Chile) e Raul Orellana (Chile)
Público e Renda: portões fechados
Cartões amarelos: Fabrício Bruno, Jadsom Silva, Artur e Cuello (Bragantino)
Cartões vermelhos: Lucas Evangelista e Maurício Barbieri (Bragantino)
Gols: Valoyes aos 92’ (Talleres)
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Léo Ortiz, Fabricio Bruno e Edimar; Jadsom Silva, Lucas Evangelista e Claudinho (Guilherme); Artur, Ytalo (Eric Ramírez) e Cuello (Chrigor). Técnico: Maurício Barbieri.
TALLERES: Marcos Díaz, Tenaglia, Rafael Pérez, Hincapiê e Enzo Díaz (Ângelo Martino); Mac Allister (Soñora), Ignácio Méndez, Valoyes, Fraganpane (Retegui) e Michael Santos; Auzqui (Mauro Ortíz). Técnico: Alexander Medina.