A falta de verbas no orçamento da União levou o Governo a cancelar o Censo Demográfico deste ano. A informação foi dada pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, nesta sexta-feira (23).
Segundo ele, as consequências e gestão para o novo Censo serão comunicadas ao longo deste ano, em particular a partir de decisões tomadas na junta de execução orçamentária. O texto aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) retirou aproximadamente 96% dos R$ 2 bilhões previstos para a realização da pesquisa. “As razões do adiamento foram colocadas no momento em que o Censo não teve o recurso alocado no processo orçamentário. Novas decisões sobre a locações e realização do Censo serão comunicadas”, disse o secretário especial da Fazenda.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmou em março que o texto do Orçamento da União poderia inviabilizar a realização do Censo. Em nota, o órgão fez um apelo para que os parlamentares alterassem o texto, afirmando que “o país necessita das informações geradas pelo Censo, que são essenciais para subsidiar políticas públicas em diversas áreas, especialmente em um contexto de pandemia”. Dias depois, no início de abril, o IBGE suspendeu as provas para Agente Censitário Municipal (ACM) e Agente Censitário Supervisor (ACS), que deveriam acontecer nos dia 18 de abril, e para Recenseador, que seria feita no dia 25 de abril. Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico deveria ter ido a campo em 2020, mas foi adiado para 2021 em função da pandemia do novo coronavírus. O IBGE terá de cancelar pelo segundo ano consecutivo o concurso público aberto para preencher as mais de 200 mil vagas temporárias de recenseados e agentes censitários que trabalhariam no levantamento.