A base da honestidade?
Um governo pautado na honestidade, essa era a promessa de Bolsonaro, ao ser intitulado por seu rebanho como o “Messias” que tiraria o país da lama. Porém, o que vemos até agora são desmandos para encobrir as mais das descaradas ações de seus “fiéis escudeiros”. Primeiro a troca de policiais e superintendência da PF, durante as investigações que envolvem sua prole. Agora, a “mexida” mais recente é a troca do delegado federal Alexandre Saraiva, que encaminhou queixa crime contra o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por obstruir uma investigação que havia levado a uma apreensão recorde de madeira ilegal na região amazônica, de favorecer madeireiros e ainda de integrar uma organização criminosa envolvida num esquema de receptação e crimes ambientais. Acusações gravíssimas, ainda mais para o aliado de um presidente que se gaba de ter descoberto o DNA da madeira ilegal da Amazônia e que é exportada para todo o mundo. Aliás, durante o governo o país tem tido recordes de desmatamento.
Se o governo fosse pautado na honestidade que Bolsonaro prega, o delegado não seria trocado e as investigações seguiriam seu natural curso, até a prisão dos marginas envolvidos, independente de quem for o ladrão. Não é mesmo presidente?
O mestre mandou
A saída do delegado é mais um claro caso do “mestre mandou” que ocorre no governo federal. Recentemente foi com o alto comando do exército, que se negou a atender uma ordem do “defensor da constituição” Bolsonaro, e foram todos demitidos. Antes, a superintendência da PF no Rio, onde são investigados os filhos do presidente. Agora a mudança na superintendência do Amazonas, que denunciou Salles por envolvimento com o crime organizado, além de obstruir uma investigação em curso e favorecimento de madeireiros. Mais prova que a impunidade, tão criticada pelos bolsonaristas, ainda predomina no país, independente do presidente.
Denúncia
Segundo a Agência Reuters, o ministro do Meio Ambiente aparece como fazendo uma defesa dos madeireiros, desacreditando o teor das investigações da Operação Handroanthus, realizada em dezembro de 2020 e que resultou na apreensão de mais de 200 mil metros cúbicos de madeira. Segundo documentos obtidos pela agência, ele chega a respaldar documentos supostamente fraudados de aquisição de madeira. A matéria cita que, “resta patente” que Salles e outro acusado “de forma consciente e voluntária, e em unidade de desígnios”, dificulta “a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais, assim como patrocinam, direta, interesses privados (de madeireiros) e ilegítimos perante a administração pública, valendo-se de suas qualidades de funcionários públicos”. O mesmo documento diz que Salles integra “na qualidade de braço forte do Estado, organização criminosa orquestrada por madeireiros alvos da Operação HANDROANTHUS – GLO com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais de crimes de receptação qualificada e crimes ambientais com caráter transnacional”. Agora cabe ao STF, acatar a denúncia e investigar o Ministro e o governo.
Pesar
O falecimento de Paulo Mario de Arruda Vasconcelos é uma perda, não apenas para o cenário político, mas para toda a cidade. Combatente e criador de diversos projetos importantes para o crescimento da cidade, Paulo deixa uma lacuna na Câmara Municipal que talvez não seja preenchida, principalmente pelo atual cenário. Em nosso último encontro, falamos sobre a cidade e ele, sempre nostálgico, lembrou de meu querido avô e seu primo Milton Arruda. Que Deus lhe receba de braços abertos.