Jonathan Alberti
Zona Azul
A cobrança de Zona Azul nas ruas que circundam a Santa Casa de Misericórdia em tempos de pandemia e de redução de linhas de ônibus é vergonhosa. Com o comércio fechado, os profissionais de saúde que não tem ônibus para chegar às 7h no hospital, tem que ir de carro e não conseguem pagar estacionamento particular pelo alto custo (cerca de R$ 200 mês) usam as vagas na rua para estacionar seus veículos. Além deles, tem os pacientes, muitas vezes com sintomas da covid-19. Agora, imagine caro leitor, um paciente fica quatro horas no hospital, paga R$ 5,00 a cada duas horas, porém se ele está em um procedimento ou em atendimento quando vencer as duas horas ele não consegue renovar o prazo para mais duas horas e leva multa. Vamos complicar mais a situação e colocar um enfermeiro da UTI de covid-19, que male má tem tempo para respirar, ter que, em um plantão de 12 horas, parar a cada duas horas para renovar a cobrança. Um absurdo em tempo pandêmico e um erro feio da empresa responsável, que não quer perder arrecadação. Pior a secretaria de Mobilidade que parece ser insensível a situação no entorno dos hospitais, já que diversos profissionais de saúde foram multados.
Feriadão
O devaneio do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, de que antecipar feriados ajudaria na redução de casos em sua cidade pode até ter dado certo pelo menos para quem mora na capital. Isso porque na semana passada centenas de pessoas oriundas da Capital e Grande São Paulo se anteciparam a todos os decretos e barreiras sanitária e começaram a vir para o interior na quarta-feira à tarde. Quem anda pela avenida dos Imigrantes e Capitão Bardoíno notou o volume de veículos de outras cidades transitando por ali. Outro absurdo em tempos pandêmicos que revela as facetas egoístas do ser humano e a morosidade de outros para tentar pelo menos barrar esse absurdo.
Tratamento precoce
Zum zum zum nas redes sociais pelo tratamento precoce ganha adeptos e críticos. De um lado, fiéis escudeiros de Bolsonaro defendendo cegamente um tratamento que não está comprovado pela comunidade médica. Do outro, pessoas que creem na ciência comprovada e que lutam incessantemente pela vida de todos. Eu sou contra, li diversos artigos da comunidade médica que não indicam o tratamento antes de testes randômicos e que comprovem sua eficácia. Agora, penso que o direito de ir e vir é constitucional e o povo tem o direito de fazer o que quiser, desde que não transgrida a lei e a saúde pública. Agora vereador querer transformar isso em palanque para se autopromover e obrigar o povo a fazê-lo sem comprovação médica, mostra o total despreparo de quem entrou na Câmara no apagar das luzes, tirando a vaga de quem realmente faz e fez muito pela cidade. Uma vergonha!