Não há mais como comentar as derrotas do Bragantino no Brasileirão sem ser repetitivo. Assim como é repetitivo o discurso da comissão técnica para explicar mais um fracasso, desta vez diante do Palmeiras, no domingo. Uma única palavra, também repetida à exaustão, define a equipe: incompente!
O jogo diante do Verdão mais uma vez comprovou o que vimos falando há um bom tempo. O time tem posse de bola, o controle das ações, alterna poucas e muitas chances de gol e falha ao conclui-las e ao tomar gols. E não foi diferente diante do Palmeiras.
Se no primeiro tempo o jogo foi o mais sonolento possível, com pouquíssimas chances de gol, porém uma delas aproveitada por Luiz Adriano, aos 28’, em falha coletiva de Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Cleiton, no segundo sobrou a supremacia do Bragantino, que desperdiçou pelo menos 5 grandes chances de marcar: uma bola na trave aos 18’, com Cuello aos 24’, que exigiu grande defesa do goleiro alviverde, com Ytalo aos 27’, de cabeça, com Lucas Evangelista aos 34’ e Ytalo novamente aos 39’.
Esse retrato, em que pese cruel, é o exemplo pronto e acabado de um time que não consegue finalizar com sucesso as oportunidades criadas. E isso tem um nome: INCOMPETÊNCIA! Não há outro adjetivo que sirva para uma equipe que, a cada jogo, desperdiça chances claras de gol e vê o Z4 pelo retrovisor.
Isso nos leva a acreditar que para um campeonato como o Brasileirão, a maioria dos atacantes do Bragantino não serve, não está à altura. Pelo menos é isso o que está demonstrado até a 27ª rodada.
Ao final do jogo, em coletiva à imprensa, o interino Cláudio Maldonado só faltou tirar do bolso um papel com o mesmo discurso de Maurício Barbieri, com a mesma conversa: o time está evoluindo, vamos continuar treinando, e por aí vai.
Discutir se a equipe que iniciou a partida sem Claudinho e Lucas Evangelista foi correta, quem deve responder é a comissão técnica. Fato é que quando entraram, a dinâmica do jogo foi outra.
Vivo fosse, Fiori Gigliotti diria para o Bragantino: “O tempo passa…” e agora faltam 11 rodadas para o fim. E sob o comando de Barbieri continua brigando para fugir da zona de rebaixamento.
Para um time que sonhava voos mais altos, uma Sul-Americana ao menos, com investimentos que pouquíssimos clubes fizeram, um fiasco sem tamanho, o que demonstra que o planejamento não funcionou, as contratações estão longe de atender aos interesses de um clube que se quer grande e que pelo menos até agora, briga tão somente para evitar um vexame histórico.
Barbieri comandou a equipe em 20 jogos e dos 60 pontos em disputa, conquistou 40%, muito aquém do esperado. Técnicos com percentuais melhores em outras equipes foram mandados embora ao longo do certame.
ATUAÇÕES
CLEITON: Pouco exigido e na única vez que foi chamado a intervir falhou clamorosamente. Dois erros: ‘bateu roupa’ na cabeçada de Luiz Adriano, e o fez para dentro do gol.
ADERLAN: Uma das poucas figuras lúcidas. Defendeu e atacou com a mesma eficiência e, impaciente com os atacantes, buscou chutar mais a gol.
LÉO ORTIZ: Novamente fez inversão de lado de campo do Fabrício Bruno. Ambos falharam no gol do Palmeiras, deixando Luiz Adriano cabecear sozinho para o gol.
FABRÍCIO BRUNO: Tudo o que foi dito de seu companheiro de zaga serve à medida.
EDIMAR: Menos eficiente no apoio ao ataque na etapa final. Acabou substituído por Weverson, que entrou para fazer figuração.
RAUL: O melhor do time, disparado. Defende, cria e ataca com a mesma eficiência. Mas jogou sozinho. Aí fica difícil.
THONNY ANDERSON: Não poderia fazer mais do que fez com um meio campo desfigurado. Mas também não esteve em dia inspirado.
RICARDO RYLLER: Não sabia se era volante ou meia. Na dúvida, não jogou bem em nenhuma das duas funções.
ARTUR: Continua com o mesmo joguinho de sempre, incompetente nas conclusões e segue como o atleta cujos gols marcados pelo clube valem R$ 8 milhões cada um.
ALERRANDRO: Um poste plantado em meio à zaga palmeirense. Pouco tocou na bola e acabou substituído.
CUELLO: Talvez a sua melhor atuação na equipe. Ajudou na marcação e tentou o gol em pelo menos três oportunidades. Numa delas, exigiu grande defesa do goleiro palmeirense.
SUPLENTES: Claudinho e Lucas Evangelista deram nova dinâmica à equipe, procuraram o gol insistentemente mas não obtiveram sucesso. Criaram oportunidades para a equipe, todas desperdiçadas. Deveriam ter iniciado a partida? Resposta que deve ser dada pelo técnico Barbieri. Ytalo foi quem menos aproveitou a chance no time titular, pois perdeu dois gols imperdíveis. E Leandrinho também fez figuração.
MALDONADO: Na condição de interino, fez o que o ‘chefe’ mandou e o resultado foi o mesmo da maioria dos jogos.
PALMEIRAS 1 x 0 BRAGANTINO
Local: Allianz Parque, São Paulo (SP)
Data: 27 de dezembro de 2020 (domingo, 18h15 horas)
Árbitro. Raphael Claus (SP); Assistentes: Alex Ang Ribeiro e Daniel Paulo Ziolli (SP)
Público e renda: portões fechados
Cartões amarelos: Gabriel Menino, Luís Adriano e Raphael Veiga (Palmeiras)
Gol: Luís Adriano aos 28’ (Palmeiras)
PALMEIRAS: Weverton, Gabriel Menino, Luan, Alan Empereur e Viña; Danilo, Patrick de Paula (Emerson Santos) e Lucas Lima (Raphael Veiga); Gabriel Veron (Gustavo Scarpa), Luiz Adriano (William Bigode) e Breno Lopes (Marcos Rocha). Técnico: Abel Ferreira.
BRAGANTINO: Cleiton, Aderlan, Léo Ortiz, Fabrício Bruno e Edimar (Weverson); Raul, Ricardo Ryller (Lucas Evangelista) e Thonny Anderson (Claudinho), Artur, Alerrandro (Ytalo) e Bruno Cuello (Leandrinho). Técnico: Cláudio Maldonado (interino).