Com 192 casos de dengue na cidade, os bairros Henedina Cortez, Jardim Água Claras, Jardim Morumbi, Jardim do Cedro e Hípica Jaguari, na região norte, tem maior incidência da doença. Dos casos positivos, 185 são autóctones, que foram contraídos na cidade e apenas 7 são importados, ou seja, pessoas que foram infectadas em outras cidades. Mesmo com todos esses casos, a população continua acumulando entulho nas ruas e mantendo criadouros como piscinas, vasos e reservatórios de águas da chuva ativos, sem tomar as devidas precauções para pausar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
Para fiscalizar e avaliar a proliferação das larvas do mosquito transmissor, a secretaria municipal de Saúde, através da Divisão de Vigilância Epidemiológica realizou, por cinco dias, a Avaliação de Densidade Larvária (ADL), que avaliou os níveis de infestação do mosquito Aedes Aegypti nos bairros bragantinos. A avaliação foi finalizada no início desse mês e segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica o índice de infestação na cidade foi de 0,4%, inferior a 1%, o que é considerado satisfatório. Segundo informado pela assessoria de imprensa do Palácio Santo Agostinho, o índice de infestação foi estabelecido pelo número de imóveis visitados e pela quantidade de larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Chikungunya e Zika Vírus, coletadas. A GB apurou que 55 bairros foram alvos da avaliação e que apenas 1.763, dos mais de 44 mil imóveis bragantinos, foram avaliados. Durante o levantamento, os fiscais coletaram larvas positivas para Aedes aegypti nos bairros Portal São Marcelo, Água Comprida, Jardim São José, Jardim São Caetano e Planejada II. A Divisão ainda identificou que os principais criadouros nas casas dos bragantinos são vasos e pratos de plantas, bebedouros de animais, piscinas, ralos externos e reservatórios de água de chuva.
A eliminação de criadouros é a única maneira de controle da infestação, portanto é fundamental que cada cidadão faça a sua parte. Porém, as pilhas de entulhos deixadas pelas ruas da cidade também podem se tornar vilãs e virar criadouro para o mosquito. A reportagem da GB alerta há anos que o acumulo de lixo e entulho podem se tornar criadouros dos mosquitos e abrigos de animais peçonhentos. Tanto que apenas neste semestre foram realizados 12 arrastões que retirou 237 caminhões de materiais inservíveis das ruas da cidade. Nem mesmo o mutirão feito constantemente pela secretaria de Serviços é suficiente para manter os bairros livres dos lixos, fruto da falta de consciência ambiental e coletiva de parte da população. Nesta semana, a reportagem encontrou diversos bairros com acúmulo de entulho pela cidade. Na Planejada II, caçambas de uma empresa de sucata se acumulam à beira de uma estrada que dá acesso as chácaras. Na Planejada I, em um terreno com a esquina da rua Álvaro Contro, diversos materiais estão despejados. Nas margens da estrada Antonio Moreno, recentemente limpas pela secretária de Serviços, uma nova pilha de entulho começa a se formar e se estender por quase 1km. A mesma situação se repete praticamente em quase todos os bairros da cidade. Segundo informado pela assessoria de imprensa da prefeitura, não há programação de arrastões para os próximos meses.
Descarte é infração – O artigo 37 da Lei Municipal nº 3181, de 7 de junho de 1999, que dispõe sobre Limpeza Publica, diz que: “Em qualquer área ou terreno, assim como ao longo ou no leito de rios, canais, córregos, lagos e depressões, bueiros, valetas de escoamento, poços de visita e outros pontos de sistema de águas pluviais, é proibido depositar ou lançar lixo, resíduos, detritos, animais mortos, mobiliário usado, folhagens, material de podação, terra, resíduos de limpeza de fossas ou poços absorventes, óleo, gordura, graxa, tintas e qualquer material ou sobras.”
A multa para quem for flagrado jogando lixo em locais não permitidos é de R$ 700,60, porém a fiscalização que é de responsabilidade da Divisão de Projetos e Posturas (DIPP) da Prefeitura diz que é muito difícil de identificar quem pratica esse tipo de infração (descarte irregular), já que sabedores da proibição jogam o lixo em horários noturnos, quando não há movimentação pelas ruas e longe de residências particulares. As denúncias podem ser feitas na ouvidoria municipal ou diretamente no DIPP.
A prefeitura informou que uma das ações realizadas, em caso de terreno particular, é a notificação do proprietário e caso a limpeza não seja realizada ele é multado. No caso de terrenos público, a Secretaria de Serviços realiza a limpeza do local.
Para saber mais sobre a lei ela pode ser consultada no site https://leismunicipais.com.br