A LEI que obriga a destinação da cota de 30% de mulheres nas chapas partidárias para disputa de eleições proporcionais (vereador) completou 23 anos. Entrou em vigor em 1997, mas nem o advento dessa legislação tem sido o suficiente para que candidatas participem mais do processo eleitoral no país.
Muito dessa situação se deve ao tratamento machista dispensado a elas, pois as candidaturas masculinas gozam de toda e qualquer preferência. Mesmo com a promessa de rígida fiscalização este ano, as candidatas são vistas como complementos de chapas.
Os primeiros eleitos em Bragança através do voto popular assumiram em 31 de janeiro de 1948, ou seja, há 72 anos, porém a primeira mulher a ser eleita só se deu 16 anos depois, ou seja, em 1964, com uma candidata a vice-prefeita, Zilá Cerdeira, compondo a chapa que elegeu o prefeito Dr. Lourenço Quilici. No mesmo pleito, a Câmara de Vereadores também registrou a primeira mulher em sua composição, mesmo que na condição de suplente: Ofélia Garcia Bertoldi, que cumpriu dois períodos na gestão: entre abril e setembro de 1964 e julho e agosto de 1968.
O pioneirismo de Zilá e Ofélia incentivou as mulheres a participar mais ativamente das eleições, e logo no pleito seguinte, em 1969, foi eleita Maria Franco Rodrigues, única numa composição de 13 vereadores.
Um período de 20 anos se seguiu até que uma mulher voltasse a ser eleita em Bragança. Em 1992 a candidata Juliana Rascovetzki Saciloto foi eleita para a Câmara, dentre as 19 cadeiras em disputa.
Um novo intervalo de tempo se seguiu até 2001, quando foram eleitas, de uma só vez, três mulheres: Juliana Saciloto, Fabiana Alessandri e Gislene Cristiane Bueno. De quebra, uma suplente que assumiu: Sônia Yara Guerra Villaça.
Desde então todas as legislaturas contaram com pelo menos uma representante do sexo feminino: 2005/2008 (Fabiana, Gislene e Juliana); 2009/2012 (Beth Chedid); 2013/2016 (Fabiana, Gislene e Rita de Cássia Valle) e 2017/2020 (Beth Chedid, Fabiana e Rita Leme). Sendo que Gislene Bueno e Beth Chedid foram as únicas a ocuparem a cadeira da presidência do legislativo.
A história registra ainda uma segunda mulher eleita para o cargo de vice-prefeita, Hughette Theodoro da Silva, na gestão 2013/2016.
2020 – O número total de candidatos a vereador nas eleições deste ano só será conhecido na segunda-feira, 28, após o prazo para envio dos registros, que termina neste final de semana.
Do total que for apurado, obrigatoriamente 30% serão de candidatas do sexo feminino. Esse percentual, no entanto, pode ser maior.