Nos tempos antigos, os iroqueses viviam como nômades pelo sul de Ontário, no Canadá, e pelo nordeste dos Estados Unidos. Atualmente, essa nação indígena forma a chamada Liga Iroquesa, composta pelas tribos Cayuga, Oneida, Mohawk, Onondaga, Tuscarora e Seneca. Esses povos destacam-se por sua bravura, porém, na Mitologia Seneca, existe uma criatura que consegue aterrorizar inúmeros guerreiros. Trata-se de Djieien, a aranha gigante devoradora de homens.
Algoz da insanidade, o monstruoso aracnídeo teria cerca de dois metros de altura. A única forma de matá-lo seria atingindo seu coração. Contudo, existe uma característica peculiar que torna Djieien soberana nas matas: sua capacidade de remover o próprio coração. Sabiamente, a criatura o deixa em um local seguro, retirando seu órgão para enterrá-lo no subsolo. Ao ser cortada, regenera-se instantaneamente, tornando-se virtualmente imortal em suas infindas caçadas e batalhas. O conto de Hagowanen e Othegwenhda traz a criatura mitológica como ameaça.
A história conta que Hagowanen, o espírito caçador, foi capturado pela entidade maligna. Seu filho, o guerreiro Othegwenhda – figura heroica meio espírito e meio mortal –, tomado por uma valentia implacável, saiu em jornada para resgatá-lo. Durante sua busca, o herói encontrou Djieien na orla da floresta; a criatura movia-se velozmente até um buraco. Era possível ouvir a lamentação de seu pai ecoando pelo covil da monstruosidade.
Existem variações, em uma delas, Othegwenhda descobre a localização do coração de Djieien – com o auxílio do amuleto de sua mãe, a entidade Hongak –, partindo-o em dois com um galho enfeitiçado. Em outra versão, o herói simplesmente tenta acertar a criatura, mas sem sucesso. No entanto, contando com a sorte, vê o galho atingir bruscamente o solo, justamente no local em que o coração estava enterrado, aniquilando de uma vez por todas o monstro cruel e indestrutível. Ao final do combate, o grande guerreiro consegue resgatar seu pai ainda com vida.