Não basta estar no grupo de candidatos ao rebaixamento. O Bragantino é também o lanterna do Campeonato Brasileiro, depois de mais uma derrota. No domingo, caiu diante do Atlético-MG, por 2 x 1, no Mineirão.
O primeiro tempo dos comandados de Maurício Barbieri foi fraquíssimo, o time conseguiu chutar a primeira vez ao gol do Galo aos 20 minutos e depois aos 32’. E foi só! No mais, jogou recuado, tentando um contra-ataque que não aconteceu, criatividade zero, time faltoso e um festival de ‘bumba-meu-boi’, que traduzido significa chutões aos montes. O time não conseguiu sair jogando de sua defensiva nenhuma vez, o que obrigou o goleiro Júlio César a fazer lançamentos longos, improdutivos. Nesses primeiros 45 minutos o Atlético perdeu várias oportunidades de gol.
Aos 22’ Léo Realpe salvou o Braga de levar o primeiro gol, ao se atirar na bola chutada por Franco, e desviá-la. Aos 24’ e aos 25’, novas jogadas perigosas de ataque que pararam em Léo Ortiz, mandando a escanteio. Aos 27’ foi a vez de Maílton cruzar da direita e Sasha conclui a gol, porém o assistente apontou impedimento. No minuto seguinte não houve jeito: gol do Galo! Arana cobra escanteio e Rever sobe mais que todo mundo no segundo pau e manda para as redes. O time mineiro seguiu encurralando o Braga, que viu na sua dupla de ‘Léos’ a única saída para evitar novos gols.
Aos 37 minutos Claudinho, pela esquerda, corta o zagueiro e bate no canto, obrigando Everson a uma grande defesa. Antes do encerramento, Maílton ainda criou mais duas boas chances de gol aos mineiros.
Etapa final – Dois fatores mudaram a panorâmica do jogo nos primeiros 15 minutos. O Atlético caiu de produção e o Bragantino deixou de apenas se defender para buscar o gol de empate. E logo aos 3’ conseguiu através de Alerrandro. Artur pela direita cruzou para dentro da grande área, Lucas Evangelista chegou de trás e disparou uma ‘bomba’ que acertou o travessão. Na sobra, Alerrando empurrou para dentro do gol.
Alternativas se seguiram de ambos os lados, até que Sampaoli colocou Keno na esquerda. Aí foi um Deus nos acuda. Correria e jogadas concentradas pelo lado direito da defensiva bragantina. E em um desses ataques, o lateral Aderlan derruba infantilmente o atacante dentro da área e o árbitro assinala pênalti. Em tarde inspirada, Júlio César defendeu a cobrança de Sasha, isso aos 18 minutos. Um minutos depois, outro gol anulado do Galo após nova defesa de Júlio César. Sasha estava impedido.
O Bragantino ainda criou mais duas ou três jogadas de perigo para o gol de Everson, mas viu a derrota chegar aos 41 minutos, em jogada de novo pela esquerda, e de novo com Keno, que cruzou até o segundo pau onde encontrou Savarino, que chutou para defesa de Júlio César, porém a bola já estava dentro das redes.
ATUAÇÕES
Júlio César: Voltou em grande estilo. Pelo menos cinco grandes defesas, dentre elas um pênalti. Atuação para confirmar sua titularidade.
Aderlan: Outra péssima partida. Pouco atacou, teve dificuldades em defender e cometeu um pênalti infantil que poderia ter ampliado o marcador em favor do Galo.
Léo Ortiz: Como sempre, figura de destaque. Parece ter encontrado o companheiro ideal de zaga em Léo Realpe.
Léo Realpe: O equatoriano vem realizando bons jogos e não foi diferente no domingo. Sabe se posicionar e participou de algumas coberturas nas subidas de Edimar.
Edimar: As mesmas dificuldades em recompor a marcação e, especialmente nesta partida, não teve com quem armar jogadas pelo setor esquerdo do ataque. Se viu sozinho.
Ricardo Ryller: Aquilo que dele se cobrava foi feito. Nesta partida fez coberturas de laterais, apareceu bem na marcação e ainda ajudou a defensiva em várias jogadas aéreas do Galo.
Raul: Bem na marcação até que resolveu atender o pedido do técnico para jogar na lateral. Aí a casa caiu! Foi por ali que o Atlético chegou à vitória.
Lucas Evangelista: Teve o nome falado duas vezes durante toda a partida: quando foi anunciada a escalação e quando acertou o travessão que resultou no empate do Massa Bruta.
Artur: Voltou a se ressentir de companheiros no ataque. Corre, corta para o meio e não tem com quem jogar. Aí tenta resolver tudo sozinho e nem sempre funciona.
Alerrandro: Deu um chute no primeiro tempo e fez o gol no início do segundo. Pelo que o time jogou, saiu no lucro, apesar da derrota. Mas não tem mobilidade e não consegue desenvolver jogadas em velocidade.
Claudinho: No primeiro tempo perdido em campo, apesar de incessantemente tentar criar jogadas ofensivas. Cansou da metade do segundo tempo para o final.
Substitutos: Se nenhum dos três, Barreto, Robinho e Hurtado, tivessem entrado, não faria diferença, como não fez.
Maurício Barbieri: Colocou um meio-campo sem nenhuma criatividade (insiste em manter Uillian Correia no banco), disse em entrevista que sabia que o Sampaoli viria com três zagueiros, mas não encontrou alternativas para isso e as substituições que fez foram absurdas. Colocar Hurtado, faltando 1 minuto para o jogo acabar é até desrespeito com o atleta. Nas coletivas, Barbieri se mostra articulado, tem discurso pronto, elogia o time, mas em 9 pontos disputados, só ganhou um. Perdeu do Palmeiras, empatou com o São Paulo e perdeu do Atlético. Mais uma derrota e pode se juntar a Felipe Conceição. Tem gente boa desempregada na praça.
ATLÉTICO-MG 2 x 1 BRAGANTINO
Local: Estádio Magalhães Pinto (Mineirão), Belo Horizonte (MG)
Data: 13 de setembro de 2020 (domingo, 18 horas)
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC) – Auxiliares: Alex dos Santos e Henrique Neu Ribeiro (SC)
Público e Renda: Portões fechados
Cartões amarelos: Guilherme Arana (Atlético-MG) e Edimar (Bragantino)
Gols: Rever aos 28’ e Savarino aos 86’ (Atlético-MG) e Alerrandro aos 48’ (Bragantino)
ATLÉTICO-MG: Everson; Igor Rabelo, Rever e Júnior Alonso; Guga, Franco (Nathan), Allan e Guilherme Arana; Maílton (Keno), Eduardo Sasha (Hyoran) e Savarino. Técnico: Jorge Sampaoli.
BRAGANTINO: Júlio César, Aderlan (Barreto), Léo Ortiz, Léo Realpe e Edimar; Ricardo Ryller, Raul e Lucas Evangelista; Artur (Hurtado), Alerrandro (Robinho) e Claudinho. Técnico: Maurício Barbieri.