O sonho realizado de voltar à elite do futebol brasileiro depois de 22 anos, começa a dar lugar a um pesadelo que começou muito cedo para o torcedor de Bragança. Em campo, o Bragantino está distante da performance de 2019, ainda que levando-se em conta que há um ano o campeonato era a Série B.
Neste domingo (6), diante do Palmeiras, no Nabizão, mais uma derrota. Mais uma partida em que os mesmos erros foram cometidos e que parecem ocultos aos olhos dos técnicos. Alguns jogadores tem sido analisados de forma individual, quando deveriam ser confrontados pelas muitas falhas que cometem no conjunto.
No primeiro tempo até que houve equilíbrio, com o jogo concentrado no meio-campo e poucas oportunidades de gol. Mesmo com posse de bola menor que o Verdão, o Braga conseguiu chegar algumas vezes, principalmente através de Artur, porém a maioria longe da meta de Weverton.
Um dos erros na forma de jogar, foi impedir que Aderlan fosse pouco ao ataque, e isso reduziu o poder de fogo ofensivo. Matheus Jesus, que individualmente tem alguns lampejos de craque, andou em campo, dificultou a armação de jogadas e não consegue recompor o sistema defensivo, deixando a tarefa unicamente para Ryller. No setor esquerdo do ataque um Leandrinho que não fez bem nenhuma das suas funções: atacar e defender. Se o Bragantino insistia pela direita com Artur, o Palmeiras optou por concentrar suas ações no lado esquerdo de seu ataque. Um primeiro tempo equilibrado, mas fraco tecnicamente.
Segundo tempo – Debaixo de um sol forte, as equipes voltaram a campo e o Bragantino deu a falsa impressão de que conseguiria sair com um resultado positivo, principalmente após o gol de Claudinho, que aconteceu muito em função da entrada de Bruno Tubarão, logo no intervalo, que já havia sido um dos poucos destaques no empate em Curitiba.
A maioria das jogadas de ataque passaram para o lado esquerdo do ataque, com Bruno e Claudinho. E foi assim que o gol saiu, aos 8 minutos, em jogada de contra-ataque e uma bonita triangulação entre Bruno, Ytalo e Claudinho, que bateu da entrada da área e contou com a ajuda de Gustavo Gómez para enconbrir Weverton.
Com a vantagem na placar, o time parou, e também ficou visível a queda de rendimento físico de alguns jogadores. Luxemburgo fez várias substituições de uma só vez e conseguiu melhorar o setor ofensivo. O empate era questão de tempo e chegou aos 23 minutos, em jogada pela direita, em que Gabriel Menino cruzou e foi encontrar Gabriel Veron, que mesmo com menor estatura, ganhou de Aderlan e cabeceou para as redes.
O Bragantino continuou criando as melhores oportunidades pela esquerda, com Bruno Tubarão. Aos 37’, Matheus Jesus, num dos raros lampejos, fez boa jogada e tocou para Artur, que cortou o zagueiro, bateu no canto e obrigou o goleiro palmeirense a grande defesa. Aos 41’, o Palmeiras obrigou Cleiton a uma boa defesa, em cobrança de falta. Quando tudo parecia se encaminhar para um final de jogo com placar igual, Gabriel Vero recebeu pela esquerda, passou com facilidade por Aderlan e tocou do outro lado para William completar para o gol, aos 48’. E três minutos depois o árbitro colocou ponto final na partida.
Bragantino – Alguns problemas já citados em nossos comentários continuam sem ser corrigidos. A tafera dos volantes, de dar proteção à defensiva e aos laterais, quando sobem para apoiar, que deveria ser feita por Ryller e Matheus, fica tudo na conta de Ryller. Matheus Jesus não marca ninguém. Não volta, é lento na tentativa de recompor o meio. Esse tem sido o principal problema do Bragantino. Talento individual, só, não tem sido suficiente para evitar os resultados negativos. Pelo menos até a oitava rodada, algumas alternativas vindas do banco de reservas não estão à altura. E isso reflete no desempenho do time, que cai muito de produção no segundo tempo. O que fazer? Tarefa para a nova comissão técnica.
O time – Cleiton: sem culpa nos gols que tomou, no primeiro tempo foi mero espectador. Aderlan: sua pior atuação, comprometeu ao falhar nos dois gols do Palmeiras e abdicou das jogadas ofensivas. Léo Ortiz: Continua apresentando um grande futebol, mas sozinho não pode fazer muito. Ligger: voltou ao time titular e não comprometeu. Edimar: Apoia bem mas tem dificuldade em recompor a defesa. Sente falta de um volante a lhe dar cobertura. Ricardo Ryller: Outro que sozinho não pode muito. Por isso mesmo já levou quatro amarelos em sete jogos (um ficou de fora por suspensão). Único a dar combate. Matheus Jesus: Tem lampejos de craque, cria algumas boas jogadas mas anda em campo, não volta para marcar e deixa a defensiva exposta. Claudinho: O cérebro do time, corre o campo todo e no segundo tempo, com Bruno Tubarão, fez boas jogadas e até o gol. Artur: Melhor que nas partidas anteriores, correu muito no primeiro tempo, arriscou quatro chutes e visivelmente cansou na etapa final, principalmente sem a ajuda de Aderlan. Ytalo: Fez até uma partida razoável, mas ainda insuficiente para aquilo que o time precisa. Leandrinho: Sonolento, pouco cria, não consegue jogar em profundidade e não ajuda na marcação. Dos jogadores que entraram na etapa final, destaque para Bruno Tubarão, que a exemplo do que fez contra o Athletico conseguiu dar velocidade e verticalidade às jogadas, é rápido e merece figurar entre os titulares. E Uillian Correia, mais criativo nas jogadas ofensivas, é outro que deve estar nas formações que iniciam as partidas. Maurício Barbieri: Cedo para qualquer análise. Deu apenas dois treinos antes de fazer sua estreia. Mas vai ter muito trabalho, notadamente se as contratações que foram feitas não renderem o esperado, como tem ocorrido até aqui.
BRAGANTINO 1 x 2 PALMEIRAS
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 6 de agosto de 2020, domingo, 11 horas
Árbitro: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (RJ) – Assistentes: Carlos Henrique Alves de Lima Filho (RJ) e Daniel do Espírito Santo Parro (RJ)
Público e Renda: Portões fechados
Cartões amarelos: Ricardo Ryller (Bragantino) e Gustavo Gómez, Vitor Hugo e Danilo (Palmeiras)
Cartão vermelho: Morato (Bragantino)
Gols: Claudinho aos aos 53’ (Bragantino) e Gabriel Veron aos 68’ e William aos 93’ (Palmeiras)
BRAGANTINO: Cleiton, Aderlan, Léo Ortiz, Ligger e Edimar; Ricardo Ryller (Uillian Correia), Matheus Jesus e Claudinho (Morato); Artur (Hurtado), Ytalo (Alerrandro) e Leandrinho (Bruno Tubarão). Técnico: Maurício Barbieri.
PALMEIRAS: Weverton, Mayke (William), Gustavo Gómez, Vitor Hugo e Viña; Patrick de Paula (Danilo), Gabriel Menino, Zé Rafael (Bruno Henrique) e Lucas Lima (Raphael Veiga); Luís Adriano e Wesley (Gabriel Veron). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.