Sempre operante e combatente a DDM, tem realizado o mínimo de flagrantes desde 2018. A queda, conforme a reportagem, é atribuída a falta de funcionários. Porém, a falta de funcionários não é uma exclusividade da Seccional de Bragança e sim de todo o estado. Justificar a falta de flagrantes em uma especializada com a defasagem, mesmo com recomendações do Governo do Estado, é tapar o sol com a peneira.
Mudanças
Segundo o delegado Seccional, três mudanças estão previstas até o final deste mês. A saída do delegado Dr. Wagner Luiz Lioi Modesto, da DISE, para assumir a delegacia de Joanópolis é uma delas. A frente da especializada há cerca de dois anos, Dr. Wagner Modesto, fez as mais diversas operações contra o tráfico na cidade, prendendo grandes figuras do tráfico de drogas que agem na cidade. Para o seu lugar irá o competente delegado Dr. José Glauco Silveira Lobo Ferreira, titular da DIG, que deixa a titularidade de Joanópolis e assume mais uma especializada. O Seccional disse ainda que Dr. Wagner irá auxiliar a DISE, “como uma espécie de assistente”. O Delegado Seccional rasgou elogios aos delegados das especializadas Dr. Glauco e Dr. Wagner e suas equipes. Segundo ele os trabalhos excepcionais dos delegados seguem o sucesso das especializadas, dentro de todo o problema ocasionado pela defasagem. Segundo ele, uma impossibilidade administrativa o impede de manter Dr. Wagner no comando da DISE.
A terceira mudança é a saída de um delegado que atualmente está lotado no Plantão Central. Segundo apurado ele pediu tranferência, que foi deferida pelo Seccional, porém sem a chegada de um outro delegado, o que vai aumentar ainda mais a defasagem, fazendo com que delegados do Plantão se sobrecarreguem. Aliás não existe uma previsão para a vinda de novos delegados para a cidade. Apenas a torcida para que, pelo menos um, dos aprovados no concurso realizado pelo estado, seja lotado na Seccional.
Especializadas
O Delegado Seccional disse que tentou manter a estrutura que encontrou quando assumiu a direção da Seccional. Na DIG, estão lotados cinco investigadores e mais um chefe de investigações e na DISE três investigadores, mais um chefe. Uma defasagem clara diante a demanda de crimes nas 16 cidades de competência da Seccional. Porém, mesmo assim, as especializadas seguem dando resultado e prendendo traficantes e quadrilhas que agem na cidade e na região.
Novidade?
Desde a primeira edição da Pinga Fogo em agosto de 2017, eu comento a defasagem na Polícia Civil, tanto de pessoas como de equipamentos e isso não é novidade para ninguém. A estrutura é precária e o Estado relapso. Na ocasião citei “A Polícia Civil também, está começando a entrar no bolo da falta de prisões, porém não se pode culpar a corporação já que o principal material, o humano, é escasso. Hoje grande parte das delegacias sofrem com a falta de investigadores, armas entre outros equipamentos. Ou seja, a demanda de crime aumenta e o efetivo diminui, ficando difícil para se ter uma resolução rápida dos casos”. De lá pra cá a situação pelo jeito só piorou.
Era de Ouro
Bons tempos em que as especializadas da Seccional tinham contingente de policiais para atender as demandas criminais, que na época nem eram tantas como hoje em dia. Em pesquisas, descobri que a DIG, por exemplo, chegou a ter 17 policiais, porém com aposentadorias e falecimentos as vagas não foram repostas e a especializada se reduz a um número pífio de investigadores. A DISE também chegou a ter mais de 12 e hoje, jogada em um prédio sem acessibilidade nenhuma, tem apenas 3. Isso prova que alguma importância ficou pelo caminho…
Baixo efetivo e alta produção
Mesmo com um efetivo irrisório, as especializadas não deixam a desejar e realizam suas funções com maestria. Sob o comando dos delegados Dr. José Glauco Silveira Lobo Ferreira (DIG) e Wagner Luiz Lioi Modesto (DISE), tem “infernizado” a vida dos marginais que agem na cidade e região. A DIG tem resolvido homicídios, roubos e tantos outros casos que recebe, em tempo recorde. Já a DISE, com operações constantes, tem mostrado aos traficantes que não está para brincadeira. Em raciocínio lógico, se as especializadas estivessem com efetivo suficiente para a demanda, esse número poderia triplicar.
Competência de sobra
A única coisa que é evidente é que competência não falta para a delegada, que arregaça as mangas e encara as demandas, tendo sobre sua gestão à frente da DDM, o maior número de inquéritos instaurados desde 2017. São 195 apenas nos três meses iniciais de 2020, contra 129 em 2017, 156 em 2018 e 157 em 2019.