Por Ana Paula Alberti
A problemática de pessoas em situação de rua que aumentou exponencialmente em Bragança Paulista no período pós pandemia da Covid, é um dos fatores que dedica muito trabalho em políticas públicas eficazes para amenizar ou extinguir a situação. Além do fator assistencial e de saúde pública, há a questão ambiental que envolve esses casos.
Pessoas que estão nessa situação ou que não vivem nas ruas, mas frequentam esse ambiente para consumo de drogas, por exemplo, colaboram e muito para a questão do lixo em vias públicas, córregos e rios que passam por todo município, afetando diretamente o meio ambiente.
Um leitor da GB flagrou nessa semana pessoas que se abrigam em uma quadra esportiva no Lavapés as margens do ribeirão, descartando todo tipo de lixo. O ribeirão Lavapés segue até o Rio Jaguari que passa por diversos municípios da região, e o lixo afeta a fauna e flora dos locais, além de colaborar ativamente com casos de inundações e enchentes.
Além de políticas públicas para que esses indivíduos retornem ao convívio social de forma digna e saudável, é preciso uma conscientização sobre o lixo que produzem e descartam, que afeta e prejudica toda uma cadeia ambiental. Latões de lixo podem ser disponibilizados próximos aos rios e ribeirões, para que essas pessoas possam descartar, de maneira correta, o lixo produzido. Campanhas de conscientização também seriam bem-vindas. Esses casos são multidisciplinares, não basta fazer a busca ativa pela assistência social, forças de segurança e saúde, é também necessário conscientizar, levar educação e cultura, oportunidades para que essas pessoas possam ao menos tentar mudar a perspectiva de vida.
A cidade já sofreu inúmeras vezes com enchentes onde muitas famílias foram atingidas e perderam tudo, e a construção dos piscinões é um fator de combate, mas se não houver a conscientização e educação de todos, o problema logo mais baterá a porta novamente. E todos, incluem também essas pessoas que contribuem e muito para o lixo nas ruas, rios, ribeirões, etc.
A prefeitura realiza semanalmente a Operação Mão Amiga e Cidade Segura, com o objetivo de prestar assistência a pessoas em situação de rua. Todas as semanas dezenas de pessoas são abordas e podem contar com os serviços oferecidos como alimentação, higiene, pernoite e suporte com assistentes sociais e psicólogos, facilitando a reaproximação familiar e a inserção no mercado de trabalho, mas infelizmente muitas voltam para as ruas e não há uma conscientização para esse tipo de problema – o ambiental.
Recentemente a prefeitura, que realiza a limpeza constantes de rios, ribeirões, e córregos, fez um alerta para que os moradores façam sua parte, não descartando lixo e entulho nesses locais. De fato, é um problema de todos, mas quem orienta o pessoal que está rua? Eles também fazem parte da sociedade, mesmo não estando nas redes sociais, sem vida digital, e sem acesso à informação – eles também colaboram com a sujeira e também devem ser conscientizados.